“É muito difícil mudar quando os ventos são favoráveis”, diz Marco Stefanini
A primeira edição do Caldeira Recebe contou com a participação de Marco Stefanini, CEO global do Stefanini Group.
A arquibancada lotada no Instituto Caldeira adiantava que o primeiro pitch do ano começaria em altíssimo estilo. No palco, Marco Stefanini, CEO global de um das principais multinacionais do Brasil, a Stefanini Group, era o convidado inaugural do Caldeira Recebe. Por isso, todos os olhos e ouvidos estavam atentos à sua análise sobre as tendências no setor de tecnologia em 2023.
E sim, este será um ano desafiador para o setor, assim como foi em 2022. Menos dinheiro girando, após volumes recordes de funding entre 2020 e 2021, vão demandar das empresas mais sustentabilidade financeira, o que antes podia estar até em segundo plano frente ao mar abundante de investimentos.
Em 2020, as startups fecharam o ano com um aumento de 4% no financiamento de empreendimentos globais em relação ao ano anterior, para US$ 300 bilhões. No ano seguinte, o número mais que dobrou, chegando a US$ 621 bilhões. Já em 2022, as startups captaram US$ 445 bilhões, uma queda de 35%.
De acordo com Stefanini, é em momentos como esse de menos aportes que o mercado amadurece e repensa o modelo de negócio.
É muito difícil mudar quando os ventos são favoráveis.
Como já dizia Jorge Gerdau, nada como uma crise para a gente aprender a trabalhar melhor.
Esse amadurecimento do mercado passa pela necessidade de soluções tecnológicas de alta performance, mas principalmente com alto potencial de escalabilidade. Na visão de Stefanini, MVPs ainda serão fundamentais, mas o mercado vai demandar soluções mais robustas neste ano.
Diante disso, é momento das empresas voltarem às bases de suas plataformas digitais para rever seus sistemas.
“Quando as empresas começaram a se movimentar para o mercado digital elas foram direto no front, no canal digital, onde você tem que aparecer para captar, o que estava totalmente certo naquele momento. Só que agora é hora de olhar para trás e estruturar toda a jornada”.
Aperfeiçoar o sistema de chatbot com melhor uso da Inteligência Artificial, trabalhar com sistemas integrados e melhorias de base na experiência do consumidor vão fazer diferença.
De acordo com Stefanini, para ter uma experiência real de omnichannel é preciso ter todo um sistema por trás que permita essa experiência.
“É o momento de amadurecer para consolidar toda a jornada, e não apenas o front. Num primeiro momento, as empresas fizeram meio que no improviso e funcionou, mas agora é preciso olhar para trás”.
Outra tendência para o setor de tecnologia em 2023 é a aceleração de parcerias e terceirizações. Para gerar soluções escaláveis e de alta performance, as empresas devem focar no desenvolvimento de pessoas, no espírito de colaboração e na soma de ativos.
Na prática, as empresas devem fazer dentro de casa o que as diferencia, mas o restante é preciso reavaliar se vale a pena terceirizar ou fazer de maneira aberta, se fortalecendo com os ecossistemas.
A participação de Marco Stefanini no Caldeira Recebe teve muitos outros insights importantes e você pode conferir todo o pitch dele no canal do Instituto Caldeira. Clique no link abaixo abaixo e veja mais.