Mantoflex quer nacionalizar insumos para fabricação de peças plásticas flexíveis de alto desempenho

Mantoflex quer nacionalizar insumos para fabricação de peças plásticas flexíveis de alto desempenho

Uma startup química inovadora, de classe mundial, admirada por seus colaboradores e respeitada pela comunidade onde está inserida. Esse é o propósito que norteia a Mantoflex, startup de Caxias do Sul que nasceu na serra, berço do setor industrial gaúcho, e que se tornar uma indtech referência no Brasil. Dedicada à produção e distribuição de poliuretanos termoplásticos (TPUs), a empresa é uma spin-off do grupo econômico da Mantova e que nacionalizar a produção de alguns tipos de polímeros, como as peças plásticas flexíveis de alto desempenho.

“Temos a possibilidade de produzir nacionalmente formulações que, atualmente, são importadas”, destaca o gerente de desenvolvimento de pesquisa e aplicações da Mantoflex, Juliano Ernzen. Entre as aplicações que a empresa está mirando está o brinco do boi. Atualmente, o Brasil importa cerca de 40 toneladas por ano deste tipo de TPU para fazer os identificadores de animais. “Estamos trabalhando em uma nova formulação de TPU, com recursos da Fapergs, para viabilizar esse tipo de aplicação”, reforça o gestor. A expectativa é que o lançamento ocorra no início de 2022.

A jornada da Mantoflex começou em 2012, quando teve início a construção de uma planta piloto de escala laboratorial, realizada por meio de parcerias com a Universidade de Caxias do Sul (UCS) e com a Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT) do Rio Grande do Sul. Em 2014, dando sequência ao trabalho iniciado e com o auxílio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), começou a ser erguida uma planta em escala industrial de síntese de TPU por extrusão reativa, que ganhou destaque nacional por ter sido a primeira planta do País a ser desenvolvida com tecnologia 100% brasileira.

Mas foi só em 2016, após ter seu planejamento estratégico completamente remodelado, que a Mantoflex passou a mirar novas oportunidades.  “Somos fruto das próprias necessidades do mercado, já que, inicialmente, surgimos como uma fábrica de produção de TPU para atender a demanda da Mantova, empresa fabricante de tubos flexíveis”, explica Ernzen.

A indtech é resultado da união de diversos atores, como representantes do meio acadêmico, do governo e de profissionais do setor, e tem se destacado pela sua grande capacidade de crescimento para os próximos anos.

Mais inovação na indústria

A caminhada da digitalização na indústria, o que deve abrir espaço para mais indtechs surgirem e se consolidarem, segue acontecendo no Brasil. Em 2020, uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) ouviu executivos de médias e grandes indústrias sobre inovação e sua importância no atual cenário do país. Entre as mais de 400 empresas ouvidas, 83% afirmaram que precisarão de mais inovação para crescer ou mesmo sobreviver no mundo pós-pandemia.

A pandemia trouxe oportunidades, pois as grandes companhias também passaram por problemas e, com isso, houve maior abertura para homologação dos nossos produtos em novos clientes”, ressalta Ernzen.

Para este ano, segundo o gerente, o desafio é concretizar os avanços iniciados no ano passado. “Aguardamos a liberação de feiras e viagens para que possamos apresentar a empresa e os produtos ao mercado, buscando novas soluções, em conjunto com nossos clientes e parceiros”, pontua.

Amadurecimento da cultura digital

Apesar da perspectiva positiva em relação à abertura das indústrias para a inovação, a pesquisa da CNI também revelou que 90% das indústrias grandes e médias brasileiras afirmaram nunca terem trabalhado com uma startup. Ou seja, há ainda muito espaço para o setor amadurecer nesse sentido.

A cultura digital na indústria vem crescendo a cada dia. É um caminho sem volta e temos de nos adaptar constantemente e utilizar essas inovações de forma produtiva. Mas o mercado ainda não está maduro, muitas empresas não foram atingidas e, ainda, existem barreiras a serem quebradas”, analisa o gestor.

A Mantoflex está entre as cinco indtechs de mais destaque no Rio Grande do Sul para o ano de 2021, conforme levantamento realizado pelo Instituto Caldeira e o Sebrae RS para fomentar a inovação e o empreendedorismo no Estado. O estudo foi constituído a partir de uma análise do mercado de atuação, considerando as startups que já estão consolidadas e escalando o negócio.

“Isso confirma os resultados dos novos desenvolvimentos, nos últimos três anos, destacando a importância da participação de colaboradores, clientes e fornecedores nessa conquista”, comemora Ernzen.

Raio-x


Startup: Mantoflex Indústria de Tubos Plásticos Ltda.

Sócios: Mantova, Juliano Ernzen, Afonso Vicenzi

Estágio: Maturação e Scale-Up

Segmento: Indústria

Número de colaboradores: 5

Principal produto: Poliuretano Termoplástico (TPU)