Como transformar o teatro da inovação em inovação com resultado?

Você já ouviu falar sobre o teatro da inovação? Este termo foi criado pelo empreendedor em série do Vale do Silício, Steve Blank, para explicar como muitas empresas parecem inovadoras, mas na prática não são! Isso porque elas não criam, de fato, mudanças disruptivas em seus ambientes de trabalho, seja por falta de capital ou de uma estratégia bem consolidada.

O tal teatro é um fenômeno que já acontece há anos no mundo corporativo, mas que precisa ser mudado. É preciso transformar a peça em vida real para que a inovação traga resultados às empresas, explica Diego Silva, coordenador do programa Inova RS.

A gente está adotando jargões da inovação sem entender o que está por trás deles. É preciso que a inovação tenha resultado real, para além dos holofotes e modismo. O que esperamos da inovação para além de um slogan?, provoca Silva.

Segundo ele, essa ‘encenação’ pode acabar sendo uma armadilha, com empresas e instituições tentando implantar práticas de inovação, mas sem a profundidade e o comprometimento necessário, o que vai demandar alto investimento, mas gerará pouco resultado.

Por isso, no Masterclass “Inovação com Resultado”, realizado sede do Instituto Caldeira, o coordenador do programa Inova RS explicou quais são os três principais ‘teatros da inovação’ e os riscos dessas práticas. 

Três atos do teatro da inovação

No Masterclass Caldeira, realizado na sede do hub de inovação em Porto Alegre, o coordenador do programa Inova RS, Diego Silva, elencou os seguintes três tipos de teatro, a partir da teoria do empreendedor americano Steve Blank.

O primeiro deles é o teatro organizacional. Normalmente, a primeira etapa do plano das empresas que buscam ser mais inovadoras é contratar uma consultoria que vai repaginar a estrutura organizacional, o que normalmente consiste em mudar de um modelo funcional para matricial. 

De acordo com o ministrante, essa mudança vai deixar todos ocupados com a nova dinâmica por algum tempo, mas depois a poeira abaixa e o resultado não será adequado, pois a busca pelo produto não terá sido o objetivo final.

Já o teatro da inovação cunhado por Steve Blank o fenômeno em que empresas e governos fomentam atividades de inovação, como hackathons, design thinking e workshops, o que são importantes para a semear a cultura da inovação, mas mesmo assim ainda estão longe do pote de ouro no final do arco-íris, que seria produtos escaláveis e lucro.

Para além da dinâmica do dia a dia e dessas atividades, que são sim muito importantes, é preciso ter uma visão bem clara de o que você espera dela para o resultado financeiro, no caso das empresas. Você precisa saber se busca práticas ágeis, se quer uma inovação de mercado, uma inovação de serviço, entre outras, explica Diego Silva.

Por fim, a última forma de encenação taxada por Blank é conhecida como teatro processual

Que é quando as companhias se dão conta de que as métricas e processos que desenvolveram para otimizar a execução das suas atividades, como os departamentos Jurídico, de Compras, de Segurança, se tornam obstáculos para a inovação.

O problema no fim disso tudo é que a falta de planejamento e estratégia, exemplificados por Blank nos três tipos de teatro, é que as empresas acabam não aumentando suas receitas nem sua relevância de mercado.

Para as organizações, a inovação tem que ser utilizada dentro de uma estratégia e não como um slogan  É preciso, no meu ponto de vista, que as empresas tenham mais foco em produto e experimentação e menos em processo em sua busca por inovação.

Confira na íntegra o Masterclass Caldeira com coordenador do programa, Diego Silva, no canal a aula no canal do Instituto Caldeira no Youtube.