A revolução das criptomoedas e do blockchain na Web 3.0

De acordo com Alberto Levy, o blockchain, as criptomoedas, em especial o bitcoin, e o metaverso já estão descentralizando a monetização dos ativos digitais, e isso só tende a crescer na Web 3.0. Levy é um dos muitos incentivadores da inovação no mundo e tem o título de “Innovation Evangelist” pela Harvard Business Review Summit e pelo Fórum Econômico Mundial. 

O Instituto Caldeira convidou ele para um Caldeira Talks sobre as revoluções digitais que estão ajudando a construir essa terceira fase da internet.

Segundo o palestrante, na Web 3.0 o dinheiro começa a se tornar nativo, ou seja, as transações são realizadas em ambientes virtuais com ativos virtuais, o que só é possível com a revolução trazida pelo bitcoin e o blockchain. 

Atualmente, quem navega pela internet dificilmente escapa de encontrar publicidades. Isso porque esse é o principal modelo de monetização na Web 2.0. O faturamento com esses anúncios, no entanto, ainda está concentrado em um pequeno grupo de grandes empresas, como Alphabet, dona do Google, e Meta, dona do Facebook. 

A disrupção gerada pelas criptos foi transformar ativos digitais, que eram abundantes, em algo escasso. Quando se envia um e-mail, por exemplo, as duas partes têm uma cópia da mensagem. Já o blockchain permite que você envie valor para outra pessoa e esse ativo seja único. Graças a essa tecnologia, a gente consegue gerar escassez no mundo digital.

O blockchain é uma estrutura de blocos de notas descentralizada e encriptada, que tem sido amplamente utilizada para transações de criptomoedas. Uma das características dessa estrutura é o sistema peer-to-peer (pessoa para pessoa). 

O poder disso na Web 3.0 é excluir intermediários e descentralizar a monetização dentro internet – descentralização essa que já mudou a forma como todos consomem conteúdos e informações no mundo virtual. 

Nos anos de 1990, por exemplo, você precisava comprar um disco para escutar as músicas do seu artista favorito. Hoje, toda canção que ele gravou está disponível online.

Outro salto da Web 3.0, na visão de Levy, é que as aplicações descentralizadas vão ampliar de maneira estrondosa as possibilidades para o usuário, o que ultrapassa as transações financeiras.

Adotar as tecnologias do mundo cripto e de blockchain nas aplicações que temos hoje é uma virada de chave. Hoje, se eu quiser mandar uma mensagem para alguém, eu preciso enviá-la antes para o Whatsapp. Com essas novas tecnologias, no entanto, não é preciso de intermediários.   

E isso já está acontecendo em várias frentes, com apps descentralizados de troca de mensagens, aluguel de imóveis, pagamento digital e até redes sociais descentralizadas, acrescenta o Levy, que também é CEO da Poly Cashback, empresa que dá cashback em bitcoin para compras online.

Além disso, a Web 3.0 deve aumentar o controle de identidade do usuário.

Quantas vezes você já preencheu um cadastro online? Se você tem e-mail, conta no Instagram, LinkedIn, Facebook ou fez uma compra online, significa que já cedeu seus dados para alguma empresa ou governo. 

A partir do blockchain, já existem aplicativos onde você controla suas informações através de uma assinatura digital e assim decide que dados quer fornecer para determinado site,  explica o Innovation Evangelis.

Outro conceito que permeia a Web 3.0 é o metaverso, um ambiente 3D virtual que conecta o usuário de várias formas, seja para compra, trabalho ou entretenimento, e está ligado a várias plataformas. O metaverso é o conceito nebuloso, que ainda gera muitas dúvidas sobre sua aplicação.

Mas, na teoria, ele funcionaria mais ou menos assim:

É como se você estivesse no Brasil e quisesse comprar uma roupa em uma loja da Itália. No metaverso, você poderia ir até essa loja em um ambiente totalmente virtual, experimentar a roupa e, ao comprá-la, seu avatar poderia usar essa roupa no metaverso, mas ela também chegaria em sua casa de forma física, contextualiza Levy. Ele acrescenta que o metaverso ainda não existe na prática, mas pode ser uma realidade em breve que vai mudar todo o modelo de negócio que conhecemos e quebrar o status quo.

Todas essas transformações são ameaças ou benefícios? A pergunta, na verdade, é: para quem elas são ameaças e para quem são benefícios?

Assista o vídeo abaixo para conferir o Caldeira Talks com Alberto Levy na íntegra. Se inscreva no canal do Instituto Caldeira no Youtube e ative o sininho para seguir ligado em todos nossos conteúdos.